No desenho/projeto de redes é muito comum a interligação por pares de equipamentos redundantes para fins de disponibilidade, principalmente nas camadas mais importantes (núcleo e distribuição) que fazem a agregação das camadas mais baixas que são responsáveis pela interligação dos equipamentos terminais do usuário (camada de acesso), prática ilustrada na figura abaixo.
Apesar de essa ser uma "boa prática" de projeto extremamente importante de ser levada em consideração, ela traz consigo maior complexididade ao desenho e operação da rede, afinal são dois equipamentos redudantes e mais cabos para interligar as camadas, conforme pode ser observado no lado esquerdo (a) da figura abaixo.
O VSS (Virtual Switching System) é uma tecnologia desenvolvida especificamente para equipamentos das camadas de agregação (núcleo e distribuição) que permite combinar pares de switches físicos redundantes, criando a abstração de uma única entidade lógica do ponto de vista de gestão e operação, conforme pode ser observado no lado direito (b) da figura abaixo.
A consequência da abstração lógica do VSS é que há uma simplificação relevante na quantidade de switches físicos e também em suas ligações através de cabos. Em topologias com interligação layer-3 entre o par de switches há simplificação nas vizinhanças de roteamento e em topologias com interligação layer-2 entre os switches há garantia de inibição de loops (loop-free). As ligações entre o par VSS são feitas através de links especiais denominados Virtual Switch Link (VSL) que operam em 10Gbps ou 40Gbps, sendo comum a agregação de dois links de 10Gbps (total de 20Gbps).
O interessante dessa tecnologia é que os switches de acesso passam a enxergar o par de switches de agregação como uma única entidade lógica, independente da interligação física dos cabos. Dessa forma o switche de acesso é interligado fisicamente a ambos os switches de agregação, mas é configurado através de uma porta lógica agregada (port-channel). Do ponto de vista do par de switches de agregação, é utilizado o recurso MEC (Multichassis Ether-Channel) para associar portas físicas em diferentes switches a um único canal lógico (link agregado) e cabe à tecnologia VSS fazer o geranciamento do balanceamento de carga e da disponibilidade entre essas ligações físicas.
Ao criar um "par" VSS os switches físicos negociam seus papéis no agrupamento lógico, de forma que um assume o status de master e outro o de standby. A partir daí, do ponto de vista de gerenciamento de operação deixam de existir os dois switches físicos e passa a existir apenas uma única entidade lógica, de forma que o switch master controla o "par" VSS. Embora as funções de encaminhamento (plano de dados) continuem independentes em cada switch, o tráfego de controle que chega no switch standby é repassado para o switch master - o responsável pelo plano de controle.
Aqueles que tiverem interesse em obter mais detalhes técnicos da solução VSS podem recorrer ao Guia Oficial de Configuração da Cisco (clique no link e você será redirecionado). Esse link traz exemplos de como configurar o par de switches físicos par ativar o VSS.
Abraço.
Samuel.
Excelente post Samuel, parabéns!
ResponderExcluirObrigado Gustavo.
ExcluirAbraço.
Olá Professor Samuel. Muito bom este post. Seria legal um post de lab "basicão" com a implementação do VSS e as demais tecnologias envolvidas.
ResponderExcluirAbraço.
Sempre passando o conteúdo de uma maneira de fácil entendimento. Obrigado!
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirMuito bom o artigo, paranepa.
ResponderExcluirNum sou gay não mas se eu pudesse, te dava um beijo kkkk. Clareou minha mente, muito obrigado!
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